Em minhas andanças pelo centro nervoso do mercado segurador brasileiro, no eixo- Rio-São Paulo, nesta semana que passou, foi impossível não chegar a um entendimento conclusivo: definitivamente existem dois mercados de seguros no país.
Um delirante, onde factóides como o micro-seguro, resseguros e pólo de resseguro enchem as agendas de "autoridades" do segmento como se fossem a panacéia ou bode expiatório dos graves problemas que estão camuflados por uma exuberância irreal apresentada nos balanços das companhias de seguros. Para quem tem tv a cabo eu recomendo a pérola do programa Conta Corrente Especial da Globo News exibido em 10.11.2007 e suas reprises, para quem não tem, a partir de 17 de Novembro acesse http://www.globo.com/ , clique em globo news e depois em conta corrente e procure pela entrevista de George Vidor, uma verdadeira odisséia ao mundo do faz de conta dos seguros.
Outro, um mundo real, que submete consumidores e corretores de seguros a concorrência desleal, oligopólio, abuso de poder econômico, falta de regulação e fiscalização do órgão regulador, onde a liberdade tarifária e a falta de concorrência deixam o consumidor brasileiro a merce de um custo de seguro três vezes mais caro que em países desenvolvidos.
Pude enxergar com meus próprios olhos a estrutura de poder consolidada em torno do nº 74 da Rua Senador Dantas, no centro do Rio de Janeiro, e para não perder o costume, mensurar o risco, de um cismo ou desabamento do edifício. Seria uma catástrofe para o mercado de seguros que perderia quase todas as suas "autoridades".
A concentração do mercado é um espelho do edifício. Pensar em micro-seguros quando no sentido contrário o órgão regulador propõe as condições adequadas a concentração de mercado, sob o argumento que a solvência e normas internacionais assim o recomendam, é no mínimo um contra senso com a necessidade de criação de postos de trabalho, concorrência, empreendedorismo e livre mercado.
Há anos a retirada de técnicos do mercado vem fazendo prosperar uma elite alienada e despreparada, oriunda de uma ampla estrutura de poder que se inicia dentro das empresas seguradoras, entidades sindicais e termina com a chegada de executivos paraquedistas oriundos de toda sorte de segmentos estranhos e que vêm propor suas estratégias num mercado fortemente instalado sobre a boa fé. A escalada social observada no segmento, de boa fé, não guarda nem a lembrança. Um querendo pisar na cabeça do outro e um salve-se quem puder, guerra de poder e toda sorte de artifícios que não coadunam com o espírito do mercado.
Há uma máxima que é reconhecida pelo mercado de seguros há muitos anos, que representa um percentual de arrecadação de prêmios que cada seguradora estaria apta a captar, e responde pelo nome de Limite Tecnico Operacional. A sofisticação de mecanismos sem uma mudança radical no plano de contas das seguradoras que identifique os gastos realmente necessários a sua atividade fim, é pura balela e podem estar contidos em Basiléia II , Sarbanes-Oxley e o escambau à quatro, mas não resolvem a malversação dos prêmios e o aumento desenfreado nas margens em detrimento dos serviços oferecidos e das relações com prestadores de serviços. Mas esbravejar com a elite de "autoridades" dominantes é perda de tempo, pois não sabem nem do que se trata. E enquanto não houver um posicionamento firme e escandaloso dos órgãos de defesa do consumo e da concorrência, este joguinho vai continuar. Mas só até as providências, que fique bem claro!
Há que se ter uma visão holística para alcançar esta constatação, olhar o mercado de cima, como um todo, mas o mercado de seguros já está mapeado, e como num caleidoscópio pode apresentar diversas visões dependendo do ângulo que se queira observar, mas na realidade o conteúdo do tubo, antes aos espelhos, guardam um só ingrediente: a ganância desenfreada e sem nenhum compromisso com o público, no sentido ampliado da palavra.
Luís Stefano Grigolin, 43, é corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, com 29 anos de atuação no mercado segurador, jornalista e suplente de deputado federal pelo PPS.
Um delirante, onde factóides como o micro-seguro, resseguros e pólo de resseguro enchem as agendas de "autoridades" do segmento como se fossem a panacéia ou bode expiatório dos graves problemas que estão camuflados por uma exuberância irreal apresentada nos balanços das companhias de seguros. Para quem tem tv a cabo eu recomendo a pérola do programa Conta Corrente Especial da Globo News exibido em 10.11.2007 e suas reprises, para quem não tem, a partir de 17 de Novembro acesse http://www.globo.com/ , clique em globo news e depois em conta corrente e procure pela entrevista de George Vidor, uma verdadeira odisséia ao mundo do faz de conta dos seguros.
Outro, um mundo real, que submete consumidores e corretores de seguros a concorrência desleal, oligopólio, abuso de poder econômico, falta de regulação e fiscalização do órgão regulador, onde a liberdade tarifária e a falta de concorrência deixam o consumidor brasileiro a merce de um custo de seguro três vezes mais caro que em países desenvolvidos.
Pude enxergar com meus próprios olhos a estrutura de poder consolidada em torno do nº 74 da Rua Senador Dantas, no centro do Rio de Janeiro, e para não perder o costume, mensurar o risco, de um cismo ou desabamento do edifício. Seria uma catástrofe para o mercado de seguros que perderia quase todas as suas "autoridades".
A concentração do mercado é um espelho do edifício. Pensar em micro-seguros quando no sentido contrário o órgão regulador propõe as condições adequadas a concentração de mercado, sob o argumento que a solvência e normas internacionais assim o recomendam, é no mínimo um contra senso com a necessidade de criação de postos de trabalho, concorrência, empreendedorismo e livre mercado.
Há anos a retirada de técnicos do mercado vem fazendo prosperar uma elite alienada e despreparada, oriunda de uma ampla estrutura de poder que se inicia dentro das empresas seguradoras, entidades sindicais e termina com a chegada de executivos paraquedistas oriundos de toda sorte de segmentos estranhos e que vêm propor suas estratégias num mercado fortemente instalado sobre a boa fé. A escalada social observada no segmento, de boa fé, não guarda nem a lembrança. Um querendo pisar na cabeça do outro e um salve-se quem puder, guerra de poder e toda sorte de artifícios que não coadunam com o espírito do mercado.
Há uma máxima que é reconhecida pelo mercado de seguros há muitos anos, que representa um percentual de arrecadação de prêmios que cada seguradora estaria apta a captar, e responde pelo nome de Limite Tecnico Operacional. A sofisticação de mecanismos sem uma mudança radical no plano de contas das seguradoras que identifique os gastos realmente necessários a sua atividade fim, é pura balela e podem estar contidos em Basiléia II , Sarbanes-Oxley e o escambau à quatro, mas não resolvem a malversação dos prêmios e o aumento desenfreado nas margens em detrimento dos serviços oferecidos e das relações com prestadores de serviços. Mas esbravejar com a elite de "autoridades" dominantes é perda de tempo, pois não sabem nem do que se trata. E enquanto não houver um posicionamento firme e escandaloso dos órgãos de defesa do consumo e da concorrência, este joguinho vai continuar. Mas só até as providências, que fique bem claro!
Há que se ter uma visão holística para alcançar esta constatação, olhar o mercado de cima, como um todo, mas o mercado de seguros já está mapeado, e como num caleidoscópio pode apresentar diversas visões dependendo do ângulo que se queira observar, mas na realidade o conteúdo do tubo, antes aos espelhos, guardam um só ingrediente: a ganância desenfreada e sem nenhum compromisso com o público, no sentido ampliado da palavra.
Luís Stefano Grigolin, 43, é corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, com 29 anos de atuação no mercado segurador, jornalista e suplente de deputado federal pelo PPS.