PL 3555/2004 Câmara dos Deputados Veja a íntegra da audiência pública

domingo, 26 de agosto de 2007

25° Encontro dos Corretores de Seguros - São Paulo

A natureza não dá saltos, mas a estruturação do 25° Encontro dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo, realizado entre 24 e 26 de Agosto em Barra Bonita, interior do Estado de São Paulo, começa a mostrar um crescimento acelerado no padrão de qualidade que se espera desses encontros.

Primeiro porque o foco foi definido com clareza e objetividade. Marketing e Vendas.

Esse pequeno, mas estrondosamente marcante detalhe, deu sentido a reunião de cerca de 700 corretores de seguros e proporcionou uma interatividade sobre as questões focadas. As palestras motivacionais voltadas ao tema tornaram um ambiênte coeso. Não houve dispersão, se discutiu o que se propôs. Então ponto ao Sincor-SP.

Apesar da histórica presença dos seguradores nestes encontros, que na minha decana opinião, deveria ser reservada a corretores tão somente, com a mesma configuração, a organização em oficinas individuais por seguradora e a abertura da feira de negócios onde expuseram 0s seguradores seus stands, apenas nos intervalos definidos na programação, foi também um marco. A discussão de posicionamentos divergentes de seguradores estava mais atrapalhando do que ajudando nestes eventos. Uma que não se dava tempo o suficiente para as seguradoras mostrarem a que vieram, outra, expunha uma certa competição e rivalidade que não acrescentava nada. Desta vez parece-me que o patrocínio não influenciou o programa. Então mais um ponto para o Sincor-SP.

Mais uma vez a força do Sincor-SP se fez notar na presença de um grande contingente de corretores numa localidade que não é de tão fácil acesso assim. Os patrocinadores do evento foram Bradesco Seguros e Previdência, HDI Seguros, Liberty Seguros, Marítima Seguros, Porto Seguro Seguros,SulAmérica , Toquio Marine Seguradora, Unibanco AIG Seguros e Previdência e Ituran, que levaram suas equipes para prestigiar o evento.

Num ambiênte de grande descontração, os shows de Fred Rivela que acompanhou o jantar italiano e a noite agostina, uma espécie de festa junina fora de época divertiram os participantes, com direito a fogueira e queima de fogos.

Já no domingo, o último painel foi sobre a certificação digital, onde diretores do Sincor-SP buscavam interessados nas AR's em cidades previamente definidas, para compor as AC's do Sincor-SP.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

O PATRIMÔNIO DOS CORRETORES USADO PARA TRAMPOLIM POLÍTICO

Em seu Blog do Jefferson, o presidente nacional do PTB Roberto Jefferson nega a indicação do vice-presidente do PTB de Goiás, Secretário de Estado de Goiás e presidente da Fenacor- Federação Nacional dos Corretores de Seguros, para o cargo de superintendente da Susep - Superintendência de Seguros Privados do Ministério da Fazenda. Destaca que no passado, mais precisamente em 2005, realmente o indicou para o mesmo cargo por conta de um acordo político que acabou não prosperando, em virtude, basicamente, das denúncias que envolveram o IRB na CPMI dos correios, conforme atesta matéria publicada pelo jornal O GLOBO.

Segundo ele a indicação parte do Deputado Federal Jovair Arantes, de Goiás, que assume em um jornal local a indicação como sendo cota política do PTB em acordo com o governo.
Parece mesmo que seja no fundo uma acomodação da política local, uma vez que é publica as divergêncais na composição do secretariado do Governo Alcides Rodrigues, sucessor de Marconi Pirillo no Governo do Estado de Goiás, em relação ao cargo que ocupa o presidente da Fenacor. O nome mais cotado para permanecer no cargo é o de Fernando Cunha, sendo que as farpas permeiam nos principais jornais goianos há meses.

Notadamente o desempenho político do presidente da Fenacor foi reconhecido em várias publicações que destacam a sua performance nos ultimos oito anos. Isso já não ocorre no exercício da presidência da Fenacor, levando em consideração o êxodo da profissão em decorrência do avanço das seguradoras na comercialização, muitas vezes de forma ilegal e não combatida pela entidade. Torna-se realmente incompatível realizar aspirações políticas desta envergadura e atuar na defesa dos interesses dos corretores. Apesar de questionado sobre a acumulação de cargos, inclusive na sua legalidade através do Ministério Público, o presidente da entidade se mantem inflexível.

Evidências levam a crer que a posição do presidente da Fenacor e sua representação da categoria junto a CNC - Confederação Nacional do Comércio estejam sendo usados para loteamento político de cargos, notadamente o da Susep, cabendo lembrar que existem valorosos servidores de carreira na Superintendência de Seguros Privados, com capacidade de assumir a gestão da agência reguladora, sem mais um imbróglio político.

Repilo enquanto corretor de seguros associado a estrutura sindical o uso das entidades sindicais de todos os níveis para trampolim político de quem quer que seja.

A classe dos corretores de seguros não apoia o PTB, em sua maioria esmagadora não é filiada a este partido e não mantém com ele nenhuma vinculação. Não há manifestação de vontade da categoria neste sentido, o que desautoriza o uso da força das entidades na construção de carreira política.

Creio que o assunto de regulação de mercados e suas agências reguladoras devam ser tratados de forma profissional e ter uma atenção maior do Governo Federal, tal a responsabilidade dos órgãos na estabilidade dos mercados. Não cabe lotear politicamente áreas técnicas que precisam de isenção, para receber o respeito por parte dos participantes do mercado e nas suas relações com entidades, empresas e reguladores internacionais.

Luis Stefano Grigolin, corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, jornalista, com 29 anos de atuação no mercado segurador.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

MAIORES E MELHORES DA EXAME MOSTRA FORÇA DO MERCADO DE SEGUROS

A edição desta semana da Revista Exame traz a edição conjunta da Melhores & Maiores, As 500 maiores empresas do país, e o mercado de seguros é destaque como em nenhum outro ano desde o início da apuração pela Editora Abril.

Há uma mudança estrutural que reflete a política voltada à área financeira durante os últimos anos. Neste contexto bancos, seguradoras e demais instituições financeiras figuram como principais atores do estudo, equivalendo-se às grandes indústrias de transformação, os líderes do comércio, serviços e até do agro negócio, mineração e setores da indústria de base.

Este é o país em que vivemos. O fortalecimento da nossa indústria , no entanto, não se reflete pela distribuição de seguros.

A luta por melhores condições para os corretores de seguros pode tardiamente ter como ponto de partida esta análise. As entidades de classe, alheias aos estudos e indicadores de performance na nossa categoria, devem refletir sobre este momento, em que empresas do setor passam a buscar capitalização frente aos desembolsos previstos pelas novas regras de solvência do mercado.

Este é o momento da negociação. Em nenhum outro momento da história do seguro houve uma capitalização tão forte das empresas dominantes e uma participação tão destacada frente a outros segmentos. Isso ocorre porque o seguro vem crescendo a taxas muito superiores aos outros segmentos.

Identificação de oportiunidades parece não ser o forte de quem está com o foco distorcido, de olho na pequena fatia que irriga as entidades sindicais de recursos, enquanto se perde de vista o excelente momento de consolidação da posição do corretor de seguros neste contexto de forte crescimento e centralização do mercado.

Recomendo a leitura deste importante documento para análise de performance das companhias, com detalhe para a empregabilidade, que pode explicar porque algumas companhias tem excelência no atendimento e outras não. Pode também explicar a bancarização e o processo de concentração da produção junto as seguradoras ligadas a bancos. De qualquer forma uma leitura obrigatória para líderes e para corretores que queiram permanecer neste mercado.

Luís Stefano Grigolin, 43, corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, jornalista, com 29 anos de atuação no mercado segurador.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

IPO's no mercado de seguros

Depois da realização da IPO (na sigla em inglês) ofertas públicas iniciais de ações da Porto Seguro Cia de Seguros Gerais na Bolsa de Valores, muitas seguradoras colocaram em seus planos uma operação similar. Embora Jayme Brasil Garfinkel já viesse estudando esta possibilidade há muito tempo, ela se deu num momento apropriado, e, com a evolução dos índices da Bolsa, suas ações subiram e encontram-se hoje em patamar elevado.

Entrar na Bolsa de Valores agora requer frieza e muita vontade, simplesmente porque estamos num momento vulnerável que deve se seguir pelos próximos meses. A volatilidade deve continuar até que se vislumbre quais os reais impactos que a bolha do financiamento de imóveis nos Estados Unidos poderá acarretar mundo afora.

Conhecer o mercado acionário brasileiro, as oportunidades do Novo Mercado e do Bovespa Mais, o papel da Bovespa e da CVM e as exigências para entrar na bolsa, a estruturação de um IPO, legislação e regulação do mercado de ações, determinação do risco de abertura do capital, a responsabilidade dos administradores antes e depois da abertura, tudo isso requer realmente um abrangente estudo.

Mas, seguradores , acostumados aos riscos, saberão lidar com o desafio do momento certo da entrada. Pelo lado dos investidores, o momento é de avaliar o preço de lançamento de IPO, verificar quem são os controladores, quais as suas referências no mercado, como atuam, se têem a confiança dos corretores de seguros por exemplo, é um bom indicativo. Sem um histórico confiável, não há como avaliar a gestão e o desempenho da companhia nos momentos de crise, que são cíclicos neste mercado. Uma revoada de empresas do mesmo setor querendo entrar na Bolsa ao mesmo tempo, denota uma bolha setorial. Verifique se a captação vai ser investida na empresa e quais as suas destinações, se elas promoverão realmente melhoras num mercado sabidamente dominado por algumas poucas empresas.

Desconfie de resultados e operações financeiras realizados antes da abertura. Consulte o ranking dos últimos dez anos e veja a evolução desta companhia, pois neste mercado o que vale é a estabilidade ao longo do tempo, grandes flutuações podem indicar, grandes problemas de gestão.

Basear-se no grande sucesso da Porto Seguro, pensando num ganho fácil, pode ser decepcionante para os investidores que não analisarem profundamente o que ocorre no mercado, principalmente quais as perspectivas, panorama regulatório e demandas judiciais. Vale a pena a investigação de como andam as empresas diante do judiciário, número de demandas, tipificação das ações, é sempre um bom indicador de performance também.
O número de armadilhas na Bolsa de Valores está para o crescimento assim como o número de prováveis tentativas de capitalização através de IPO's.

Consultar especialistas antes de ingressar neste mercado é recomendável.

Luís Stefano Grigolin, 43, é corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, jornalista, com 29 anos de atuação no mercado segurador.

domingo, 12 de agosto de 2007

CONSELHOS, FENACOR, SINCOR'S E FUNENSEG

A concretização da aspiração pelos Conselhos Federal e Regionais, estes como o bom nome está dizendo e seguindo a organização sócio política do estado brasileiro, em número de cinco, compreendendo as regiões norte,nordeste, centro-oeste, sudeste e sul, não retira a legitimidade das entidades sindicais de grau inferior (Sincor's) e de grau superior (Fenacor), nem mesmo a filiação a CNC- Confederação Nacional do Comércio, que deve ser revista em função de enquadramento sindical, como já alertei há anos.

A função dos conselhos é justamente a que falta hoje a todas estas instâncias da representação de classe. O poder normativo e de fiscalização da categoria não substitui o papel de acompanhamento, suporte, integração, ensino, qualificação e confraternização. Estes continuarão a cargo das entidades sindicais.

O que não se pode admitir é que um pequeno grupo se intitule possuidor dos poderes especiais e queiram abarcar todo o tipo de representação e tentar controlar todo o universo da categoria. Isto não é democrático, não é prático e muito menos produtivo.

Temos excelentes cabeças pensantes neste mercado e há espaço o suficiente para o fortalecimento da representação de categoria. Temerosos que possam ser julgados por décadas de ineficácia, alguns profissionais de sindicato além de não quererem perder status, não querem perder a excessiva benesse criada por eles próprios, e que não teria mais lugar na nova configuração.

A nova estruturação da representatividade dos corretores vai pleitear a profissionalização dos quadros das entidades e a gratuidade no exercício dos cargos eletivos, com um controle mais rígido sobre as despesas dos representantes em função estritamente oficial.

Não podemos mais compactuar com o abuso que o poder delegado pelas eleições tem representado na absoluta falta de transparência das destinações de recursos da classe. As despesas tem que ser previamente ordenadas em cima de um projeto e orçamento com objetivos definidos e não aleatórios e ao sabor do vento como tem sido feito, sem a anuência das bases, como se o mandato conferisse poderes de rei absolutista ao mandatário. As despesas extraordinárias não previstas e orçadas podem alcançar um pequeno percentual dos gastos totais, e as realocações de gastos devem ser submetidas à assembléia.

Os corretores contribuintes, tem que ter mensalmente uma prestação de contas por parte de todas entidades representativas, assim como a informação de performance e agenda dos seus mandatários na internet.

Os conselhos tratarão da regulação e fiscalização da profissão com recursos previstos no orçamento da união e da arrecadação dos corretores de seguros e agentes. Então torna-se imperiosa a mudança da legislação para que possamos desvincular da Susep esta atividade , que vem sendo descumprida pela autarquia assumidamente.

Com este poder regulatório poderemos enfim colocar ordem na distribuição de seguros e na concorrência do mercado de seguros, trazendo ao consumidor uma proteção da qual carece neste momento, em que se vê refém de práticas que em nada representam a boa fé e a confiança que baseiam este mercado.

Os estatutos e regimentos dos sindicatos deverão acompanhar a nova disposição dos estatutos dos conselhos, proibindo acúmulos de cargos, restringindo excesso de poderes, controlando melhor os gastos, planejando melhor a atividade, dando maior participação dentro das entidades aos corretores de seguros e primordialmente encurtando o período de gestão, proibindo reeleições, oxigenando assim o sistema representativo e dando chance dos corretores corrigirem rapidamente erros de avaliação no momento das eleições. É o poder sendo transferido novamente para o corretor de seguros, que é a razão de ser da representação, e não o contrário, como é hoje.

A questão da educação é prioritária para o corretor. Ou reformulamos totalmente a Escola Nacional de Seguros nos moldes acima citados, ou haveremos de criar uma fundação de ensino própria para os corretores de seguros, que não vêem na Funenseg hoje, os requesitos necessários para ampará-los, apesar de termos um "corretor de seguros" a frente da instituição.

Ampliar, reajustar, revolucionar, criar novos mecanismos que propiciem uma melhor organização representativa com quadros profissionais, que possam traduzir este esforço e gastos, numa melhor qualificação e ordenação para a profissão. Este é o objetivo.

Luís Stefano Grigolin, 43, corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, jornalista, com 29 anos de atuação no mercado de seguros.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

O PROBLEMA ESTRUTURAL DA REPRESENTAÇÃO DO MERCADO SEGURADOR

A descentralização da representatividade dos seguradores tem um novo modelo.

Com a Fenaseg se transformando na CNSeg - Confederação Nacional de Seguros, Resseguros, Previdência Privada, Saúde Suplementar e Capitalização e sendo criadas quatro novas federações, FenSeg, FenaCap, FenaSaúde e FenaPrevi, a organização por área de atuação e maior pluralidade pode dar um novo impulso na sua arquitetura organizacional das seguradoras. A liderança de Jayme Garfinkel frente a FenSeg é um avanço importante, tendo em vista que o executivo relutou por vários anos assumir um cargo eletivo de representação. Sem sombra de dúvidas, não é uma unanimidade, mas é o segurador mais respeitado pelos corretores de seguros, por sua trajetória e apoio a classe. A presença do executivo tende a facilitar a comunicação entre a indústria e a distribuição, pela sua acessibilidade e ponderação, lógica e competência de campo. Pelo menos Jayme conhece de perto a vida dos corretores. Isso é um avanço.

Para seguir adequadamente, a evolução do segmento segurador, a distribuição tem que acompanhar este movimento. O excesso de centralização na Federação, e ao mesmo tempo, a limitação tecnico-operacional demonstrada nos últimos anos, não tem acompanhado a dinâmica da sistematização do mercado e muito menos levado ao corretor de seguros as informações necessárias das tratativas entre a indústria de seguros e a distribuição. A informação está parando na Federação Nacional dos Corretores e não flui para as pontas. O mesmo está sistematicamente ocorrendo nos sindicatos, notadamente o Sincor-SP. A comunicação portanto está interrompida nos dois sentidos com a maioria da base dos corretores de seguros.

Uma vez que as entidades sindicais da indústria de seguros optam e se organizam para se relacionar com a distribuição através das entidades de classe com legitimidade ativa, e não há um prosseguimento no canal de informação, a conversa fica truncada, repleta de ruídos e como na brincadeira de passar a informação boca a boca para ver como chega no final, denominada telefone sem fio, a conversa chega ao seu destino totalmente destorcida.

Isto ocorre porque há uma grave crise institucional nas lideranças de classe dos corretores de seguros. Não adianta as seguradoras tentarem ignorar este problema.

Na realidade a representatividade está comprometida pela baixa filiação aos sindicatos, pelas brigas internas entre sindicatos estaduais (Sincor's) e federação (Fenacor) e pela não legitimidade de representação da maioria dos corretores de seguros, que dentro ou fora dos sindicatos, não se vêem representados pelos líderes que se perpetuam no poder num círculo vicioso, justamente fomentado pelos recursos das seguradoras. Até que ponto essa é uma ação inconsequente e não premeditada?

Então não adianta os seguradores se posicionarem de maneira institucional se há esse enorme problema. A continuar esta postura, os ruídos vão aumentar vertiginosamente. O discurso de resolver isso via eleição, não casa com o investimento milionário unilateral que se presencia, distorcendo e praticamente definindo a sorte das eleições pelo poder econômico. Essa conversa definitivamente vai ser mal recebida, com certeza.

A posição é a seguinte. Uma vez que seguradoras estão atuando de forma agressiva sobrepondo outros canais sobre a massa de corretores, se auto flagelando com guerra de preços e desmerecendo a participação dos corretores de seguros, enquanto as entidades tidas como "oficiais" estão à merce desta prática, organizações paralelas vão se instituir e definir posições de comercialização em bloco com seguradoras que respeitem a pluralidade.

Estamos identificando as posições das seguradoras quanto a este entendimento e em breve começaremos a direcionar produção para parceiras selecionadas.

Ou tornamos a representação de classe dos corretores mais plural e democrática ou vamos identificar interesses de grupos específicos e negociar paralelamente.

Ações em busca de legitimidade ativa já estão em curso via associações e Ministério Público Federal, nos casos de defesa dos direitos difusos e coletivos dos corretores de seguros e seus clientes.

Do jeito que está não vai ficar.

Luís Stefano Grigolin, 43, corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, jornalista , com 29 anos de atuação no mercado segurador.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O FUTURO DO MERCADO DE SEGUROS NÃO ESTÁ NA MASSIFICAÇÃO

Massificação ou personalização. Na contra-mão do mercado eu aposto na personalização como fator de maior produtividade, assertividade e desempenho dos produtos de seguros patrimoniais e pessoais oferecidos aos segurados.

Com o processo de massificação e automação da venda através dos canais alternativos de vendas, o que se observa é uma precarização dos produtos e principalmente do relacionamento entre os consumidores e as seguradoras. Os processos desenvolvidos para tentar reduzir os custos e fraudes foram tão displicentes que se refletem hoje num mar de ações judiciais pelo país afora, manchando os princípios fundamentais do seguro.

A busca frenética por resultados atropelou a estrita boa fé e a confiança, o relacionamento face-to-face e a confiança entre seguradores e corretores, que fazia deste segmento um dos mais salutares do mercado financeiro. O mercado acabou por sucumbir a uma bancarização, que contaminou com princípios usados na atividade bancária, o excelente relacionamento tripartite que lastreava as relações de consumo.

Na atabalhoada tentativa de encurtar o espaço entre o cliente e as companhias, elas acabaram esmagando a distribuição de seguros, com iniciativas pouco elaboradas e sem nenhum estudo de caso importante. Como tudo o que se cria neste mercado é rapidamente copiado, as mazelas também o foram, criando um circulo vicioso, que desaguam hoje no rouba monte, na concorrência desleal, na guerra de preços, na deterioração da distribuição, na terceirização excessiva, na inadequação de processos, na informatização débil e na comercialização eletrônica incipiente.

Então, o que fazer para sanar este quadro catastrófico que pode sim ser o início de uma grande e prolongada fase de declínio do negócio de seguros?

Diz-se em administração que quando se perde o rumo é melhor voltar às origens e quem não faz parte da solução certamente fará parte do problema. Diante dessas máximas, creio que o melhor remédio seja reconstruir uma distribuição de seguros baseada na confiança e qualificação, criando os planejadores de seguros, aptos a desenvolver soluções personalíssimas envolvendo toda a gama de riscos de um determinado cliente, com suas vidas e patrimônio que dele derivam. Para isso , tornam-se necessários o desenvolvimentos de apólices com coberturas multi-disciplinares num só contrato. Uma identificação de riscos mais precisa e mensurável, uma individualização das taxas, baseadas no conhecimento total do mercado, mais o conhecimento individual de cada cliente. Precisamos abraçar o que de mais caro o nosso cliente classifica: o relacionamento. Ninguém gosta de ser mais um número, em qualquer lugar que seja. Ninguém gosta de passeios virtuais em U.R.A's ( Unidades de resposta audíveis) que se eternizam em opções, das quais a que você mais precisa não consta. Ninguém gosta de levar ao judiciário uma simples questão comercial, a compra de uma apólice. Ninguém pode esperar por uma reparação por tempo demasiadamente longo, por problemas administrativos entre seguradora e prestadores de serviços. Comodidade, é a palavra.

Para voltar a reunir em um só contexto, credibilidade, confiança, boa fé, comodidade, preço justo, satisfação garantida, este mercado tem que mudar substancialmente.
A forma como se processa a relação entre a indústria de seguros e seus prestadores de serviços tem que mudar. A começar pela melhor utilização da mão de obra dos corretores de seguros, que podem estar prestando serviços que hoje são executados por terceiros, gente que não teria que estar na relação de confiança estabelecida com o cliente. A malha de operadores de call-centers, vistoriadores, inspetores, investigadores, sub-zero, sub-nada, que hoje entram em contato com o cliente é absurda.

Foi superada a grande barreira que dividia a indústria de seguros da distribuição de seguros, que era a falta de compartilhamento de dados sobre os clientes. Durante muito tempo corretores tentaram preservar a identidade de seus clientes, não sem razão, e por outro lado os seguradores fizeram de tudo para obtê-los, nem sempre com boas intenções. Mas os dois lados chegaram a um denominador comum. De quem é o cliente, senão das duas esferas do processo. É necessário o compartilhamento de informações e o respeito para quem faz a comercialização e atendimento do cliente. Fidelizar, neste ambiênte, requer concordância, confiança e ação em conjunto. Portanto urge uma relação contratual entre as duas partes, especificando direitos e deveres na relação.

Há que se evoluir nas relações do mercado segurador, com a sabedoria que se requer, para que não se destrua a relação com o cliente. Focar no cliente, parece-me a saída.
Outro aspecto, não menos importante, é a distruibuição de resultados pela cadeia produtiva. A centralização predatória que se vê no mercado serve a muito poucos. Então não serve. Tem um ditado popular que diz , "se não vive para servir, não serve para viver", este o princípio de um novo ciclo virtuoso no mercado. Não importa que o mundo estaja centralizado, as corporações dominando o mundo, o negócio de seguros lida com pessoas, que dependem de oportunidades de trabalho para auferir renda, consumir e segurar suas vidas e propriedades. Então a centralização não é a medida mais inteligente a longo prazo de se alcançar isso.

Regras do jogo, regras de negócios, comportamentos, vícios, procedimentos, relacionamentos terão que ser revistos num amplo debate democrático avesso ao mundo dos negócios. Mas o ganha-gtanha, só ocorrerá com este espírito. O cliente saberá identificar quem sair na frente. O líder é lider por que em algum momento quebrou paradigmas e traçou um novo percurso, longe da concorrência. O líder não é líder porque ficou se degladiando com todo o resto do mercado. Inovação, visão além do alcance, seriedade, bons propósitos, certamente levarão as novas companhias do futuro a um mercado de seguros mais próspero, saudável, admirado e respeitado. Neste contexto, os participantes que edificarem tal empreendimento, não terão do que reclamar em matéria de crescimento sustentável.

Coberturas de riscos antes inacessíveis ou desconhecidas fazendo parte de uma mesma apólice, que será um mero cartão de plástico, aceito em um número cada vez maior de prestadores de serviços, com um grau de informatização e facilidade de uso cada vez maior, com rapidez e conforto na restauração dos bens materiais cobertos pela apólice, muito clara, disponível e objetiva, e com um serviço de acompanhamento para eventualidades pessoais, conforto e esclarecimento no ato da compra, com confiança e suportada por um marketing global e institucional eficiente. Esse o mundo dos seguros que sonho estar participando num futuro próximo.

Luís Stefano Grigolin, 43, corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, jornalista Mtb 48981, com 29 anos de atuação no mercado segurador.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O DPVAT NO STJ


Desde 1996 questiono a formação do convênio DPVAT junto ao Ministério Público. O acordo da Fenacor e Sincor's para que se retirasse o comissionamento do corretor de seguros em troca de um percentual para as entidades foi duramente atacado, mas só no início desta década conseguimos na justiça federal que se bloqueasse esta transferência.

Levamos ao conhecimento do judiciário a destinação dos recursos que eram utilizados na manutenção da máquina sindical. A partir daí os sindicatos começaram a se empenhar em atendimentos à vítimas de trânsito para justificar o seu recebimento, fugindo do seu objetivo enquanto entidade. Mas de nada adiantou, pois era totalmente ilegal o repasse, sem previsão legal, não poderia ter existido, e além de bloqueado, se pede o que foi gasto indevidamente de volta ao erário. Uma montanha de dinheiro impagável pelos sindicatos. Mas alguém vai ser responsabilizado.

Mas na ânsia de se safar na justiça desse enorme contencioso, a Fenacor e os Sincor's se defendem como podem e tentam manter a teta, por incrível que pareça. Leia a última movimentação judicial no STJ (clique no link), até porque já perderam nas outras instâncias, e veja como os seus líderes defendem com louvor o patrimônio das entidades, e entendam porque são autores de um monte de processos contra mim, e outros colegas de classe. Há também interesse dos seguradores que podem ser chamados a lide para pagar a conta.

Na defesa da Fenacor e de todos os sindicatos o advogado, famoso por advogar para as causas das seguradoras, Luiz Felipe de Freitas Braga Pellon e outros. Poderiam contratar o eficiênte escritório para as nossas causas contra as seguradoras que avançam ilegalmente na comercialização, o que acham?

Mas defender a profissão do avanço das seguradoras na comercialização, ninguém quer! Por quê será?

Agora as seguradoras pensam em montar a seguradora do DPVAT. Pode?

Luís Stefano Grigolin, 43, corretor de seguros, consultor e especialista em tecnologia da informação, jornalista, com 29 anos de atuação no mercado segurador.

Convenção Coletiva de Consumo