Ocorrido às vésperas da eleição municipal de 2008, nos dias 02,03 e 04 de Outubro no Palácio de Convenções do Anhembi, na cidade de São Paulo, O XIII Conec foi o mais político de todos os congressos da categoria.
Com a organização impecável, que a experiência e algumas dezenas de milhões de reais que estiveram a disposição de Leôncio de Arruda, chegando a casa da centena nos últimos 16 anos em que lidera a classe, a maioria deles oriundos de seguradoras, o congresso passa para a história como o maior dos encontros de corretores de seguros, talvez até em escala mundial.
Esse trabalho é resultado do esforço reconhecidamente vitorioso do sindicalista e de seu grupo político de aproximadamente 260 pessoas, que formam o que chamam de diretoria plena. O engajamento e determinação são louváveis na tentativa de promoção da categoria junto aos políticos, empresários e a população em geral, notadamente no endomarketing, para dentro do circuito do mercado de seguros. Entre seguradores, securitários e corretores de seguros a sua liderança está consolidada.
Mas nem tudo o que reluz é ouro e nem tudo que balança cai!
Os bastidores deste congresso foram recheados de confrontos políticos, alguns explícitos, outros bem camuflados. Leôncio de Arruda joga suas últimas fichas numa arriscada jornada que começou em 1992 e que tinha a liderança da clase como objetivo à qualquer preço. E a fatura lhe é apresentada neste momento. O XIII Conec pode não passar de uma vitória de Pirro!
O que muita gente não sabia era que as ambições do líder paulista estavam muito além do congresso propriamente dito. Leôncio está sitiado. Está cercado pela discórdia que plantou com todas as outras lideranças da classe. Está isolado e pisando em ovos representados pelas diversas ações na justiça da qual pode ser responsabilizado. Está na iminência de ser destituído do cargo por decisão judicial. Se isso vier a se configurar estará inelegível para qualquer cargo ou função pública, colocando por terra sua maior ambição: a de se tornar um político. Este verdadeiramente o seu objetivo, buscado, repito, à qualquer preço!
Estavam em jogo a ascenção e queda de popularidade da situação e oposição do Sincor-SP, e o nome do jogo era a indicação política da eleição municipal. Não fui páreo para Leôncio que indicou um não corretor, o vereador eleito Paulo Frange, diga-se de passagem, me antecipou estar eleito, sem mesmo a adesão da categoria. Minha candidatura a verador naufragou fragorosamente. A disputa pela liderança no âmbito nacional da Fenacor, porque não é de hoje que Leôncio tenta retornar à entidade, depois de ser colocado à margem, por improbidade, da qual responde na justiça, foi protagonizada pela questão eterna do Banco do Brasil, da qual ninguém pode se julgar vencedor em nada até porque nada de efetivo foi conseguido por quem quer que seja. A desavença com o Superintendente da Susep, cargo que Leôncio abertamente pleiteava e que é ocupado pelo seu principal desafeto político e algoz na justiça, tornou o talk show entre as principais autoridades do setor uma disputa varzeana de compadres sindicalistas. Leôncio parece não se dar conta que Armando Vergílio dos Santos Júnior, queira ou não, ocupa o cargo de regulador do mercado de seguros e não mais o de sindicalista. Não houve o devido respeito e como anfitrião, falhou propositalmente, como ficou evidente. Era a chance de uma revanche, uma pelada política, que não foi aceita pelo superintendente, que manteve a sua postura de homem de governo, muito sabiamente e previamente advertido sobre a armação.
A adesão maciça de corretores paulistas e principalmente de outros estados revela que a toalha não será jogada antes do último gongo tocar.
Admiro a ousadia e a confiança, a fé inabalável no futuro, mas diante das circunstâncias e de detida reflexão, nada a declarar antes que o tempo faça a sua parte. As sementes foram colocadas a seu tempo e florescerão nesta primavera. Resta saber o que líderes fizeram no verão passado, pois não haverá mais verões para alguns, não à frente da liderança de classe.
Enquanto a politicagem corre solta na classe dos corretores de seguros as seguradoras se estruturam de forma notável. E avançam na distribuição de seguros pelos canais alternativos!
Luís Stefano Grigolin
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