Ao associar-se com a AIG, a maior seguradora dos E.U.A., o Unibanco buscou um sócio de peso para a seguradora do grupo. Ao capitalizar a agregação da marca americana à sua marca, além da capitalização propriamente dita, provavelmente o board do Unibanco não esperava por esse desenrolar, que levou seu sócio a beira do caos. A crise é dramática, mas se a AIG não tiver socorro, derruba o resto do mercado americano de seguros. Apesar da economia americana ser baseada no capitalismo selvagem, ainda não há sinais de canibalismo, mesmo porque a crise de confiança gerada por uma quebra desta magnitude seria um tiro no pé da concorrência também, que se tornaria igualmente vulnerável.
Aqui no Brasil a Unibanco AIG é um player respeitável, que atua em parceria com corretores de seguros, com um grau de desenvolvimento de produtos, serviços e back office para sua clientela de corretores e consumidores finais muito relevante. Não há porque então maiores desdobramentos no relacionamento entre corretores de seguros e a seguradora.
O problema passa a ser interna corporis, de ajuste societário e de trabalho de contenção de especulações via uma resposta rápida ao mercado. Em seu comunicado à imprensa ontem 15.09.2008, com firmeza, clareza e determinação o Unibanco se posicionou adequadamente.
Torço para que a companhia possa de forma contundente transpor este impacto mercadológico direto, uma vez que as informações alcançaram diretamente os clientes em comum da seguradora e corretores de seguros. O Sistema Nacional de Seguros Privados é sólido no Brasil, o órgão regulador vem exercendo papel firme na condução da solidez das empresas que nele atuam e não há porque criar-se a instabilidade diante de um fato, que pode não ser isolado, mas que seguramente, será administrado rapidamente pelas autoridades e pelo mercado. Neste momento presto solidariedade ao Unibanco e conclamo os corretores de seguros a agir de forma profissional.
Luis Stefano Grigolin